sábado, 11 de junho de 2011

Vida.

Sabes, gosto de ti, desde o primeiro momento.
Foste tudo, estiveste em todos os momentos. Conheces-me bem. Melhor que ninguém até.
[Chamaste-me boneco teimoso da primeira vez que me viste, ao sair da escola.
Depois, tornaste-te meu amigo.
Deste-me apoio quando eu precisei.
Ajudaste-me quando eu parti o coração com o guarda-redes da equipa de andebol.
Deste-me a mão quando eu fiquei sozinha.
Conquistas-te o meu coração e tornaste-te o meu melhor amigo, um irmão.
Mas não era amor de irmão, e eu não queria ver.
Acompanhaste-me ao baile de finalistas. Danças-te, mesmo comigo a resmungar que não ias lá!
Demos o nosso primeiro beijo nessa noite. Eu dei-te o primeiro beijo. Virei a cara, porque já não aguentava mais. E inconscientemente, ou conscientemente, não sei, esperei que todos se afastassem para me despedir de ti com outro beijo. Lembro-me desses momentos como se fosse hoje. Ainda sei a que sabiam os teus lábios nessa noite.
Fiquei confusa. Queria-te tanto, mas queria o meu amigo também.
Eu já devia saber deste meu dom de destruir tudo em que toco. Sou como o amor e o alcatrão.
Fomos e deixamos de ser. Muitas vezes. Vezes demais. 
Crescemos com essas idas e vindas.
E ficamos juntos de novo.
Demos passos importantes no que acreditávamos ser terra firme.
Conheceste mais uma parte de mim.
Eu conheci também mais de ti.
E mais passos importantes foram dados.
Num dia, vivemos um misto de emoções. E o susto das nossas vidas.
Isso uniu-nos. Parecia que ninguém podia perturbar a nossa paz.
Mas as piores tempestades vêm de dentro. E eu (palmas para mim, que ninguém tem uma capacidade tão grande para foder tudo como eu! [foi uma tentativa de desabafo cómico, os nervo dão-me para as piadas]) provoquei mais uma.
A paz não resistiu e desmoronou.
A partir daí nunca mais falamos.
Até ao dia em que o teu pai teve o acidente.
Pediste a minha ajuda e eu tentei ser de novo o teu porto de abrigo.
A verdade, é que me deste mais colo do que eu a ti.
Eu só queria agarrar-te e dizer-te que tudo ia passar. Embalar-te e fazer-te esquecer.
E dizer-te que tenho muito orgulho em ti.
Não aguentei e cedi à tentação de te beijar. Eu disse, que só tinha medo da minha reacção. Só tinha medo do que podia vir a fazer. E de te magoar. E de te magoar.
Ficamos juntos. Parecia que ia voltar a paz e a felicidade. 
Mais uma vez, eu mandei tudo às malvas, como dizia um político qualquer em entrevista à TSF, a rádio que eu ouço nas aulas de condução que o Sr.Baltazar não quer cá comerciais e outros que tais. (Quem estiver a ler este texto todo é favor contar os meus erros e enviar para o guiness. [Mais uma tentativa de piada.]) 
E voltamos a falar de novo, desta vez porque eu corri para o teu colo.
E eu estraguei tudo de novo.]
E eu amo-te. É a mais pura das verdades.
Mas nunca ninguém me ensinou a amar. Ninguém me deu o livro. E eu não te sei amar.
Magoo-te a cada dia que passa, e desculpa e a palavra que mais sai da minha boca.
Não gostava que assim fosse. Ninguém tem mais desgosto que eu em ser assim.
E eu tento mudar. Mas não consigo. No fundo, não passo de uma fraca com ar de durona. 
Sabes bem que não sou a durona que aparento e ao mais pequeno susto corri para os teus braços como a menina desprotegida que nunca deixei de ser.
E aqui estamos nós.
Eu, a esta hora, na cama, a chorar, a ler o teu blog pela enésima vez e a recordar tudo. A sonhar. E mais uma vez, confusa, por não saber se quero que voltes para mim ou não. Porque não sei se não te vou magoar outra vez. E alguém tem que te proteger de mim. Porque não eu mesma?
E tu, nem sei se estás aí.

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